terça-feira, 20 de junho de 2017

Entrevista com Jessé Scarpellini

Entrevistamos o ator Jessé Scarpellini, atualmente em cartaz no Teatro Renault como Lesgles no musical Les Misérables. Jessé nos contou um pouco de tudo nessa entrevista, confira!

Instagram: @jscarpellini
Foto: Rodrigo Negrini


A maioria das questões utilizadas nessa entrevista foram idealizadas por Carin Lima


EC: Quando foi que você descobriu que queria ser ator, e trabalhar com musicais? Por que o teatro musical? 

JS: Lembro que quando eu era criança, imaginava que pra aparecer na TV tinha que ser muito rico e pagar pra estar lá. Quando eu descobri que os atores ganhavam pra fazer o que eles fazem eu pensei: Por que???? Por que todo mundo não quer ser ator? Hahaha. Sempre quis atuar, e cresci em uma família extremamente musical, somos em quatro irmãos homens. Lembro que meu pai não tinha grana pra pagar aula de inglês, informática etc. pra todos, e então ele escolheu colocar todo mundo pra estudar música, por que segundo ele, isso nos abriria a cabeça e nos faria independentes. E hoje eu sei que ele estava certíssimo, canto em coral desde que me conheço por gente, corais infantis de igreja etc.
Eu tinha 24 anos, trabalhava de terno e gravata e sentia que estava atuando em todos os meus empregos. Eu atuava que dominava todos os assuntos, eu falava com propriedade de coisas que não tinha a menor ideia, já trabalhei até em um hospital indígena em Manaus, acreditem, e até era promovido. Li um livro que mudou minha vida, e esse livro dizia sobre a arte de atuar.
Aos poucos eu fui me sentindo doente por dentro, como se aquela vida não fosse a minha. Eu sempre sonhei em viver da arte, mas eu sempre quis ser rico, rs, sim é um dos meus sonhos. Pra conseguir suprir essa falta de arte na minha vida, eu montei em uma ONG, uma escola de música gratuita pra quem quisesse aprender música. Consegui patrocínio do governo e durante três anos, 150 pessoas de todas as idades tinham aulas de todos os instrumentos de orquestra, canto etc. Era tipo um O Dia dos Musicais, só que toda semana. Por conta disso, eu tinha que coordenar vinte professores de música, e pra não ficar atrás eu continuei estudando música. Em resumo, o teatro musical que me puxou, eu nem conhecia ele direito rs.



EC: Você esperava entrar tão rapidamente no meio, passando em sua primeira audição, e desde então, emendar um espetáculo atrás do outro?


JS: O primeiro musical que eu assisti, pasmem, foi A Família Adams, sentei na última cadeira do balcão, quando os ônibus desciam a brigadeiro, minhas costas tremiam. Eu assisti, e me lembro de olhar alguns papeis e pensar: "Hey eu faria isso bem!". Nos dias seguintes eu peguei o programa da peça, e pesquisei com quem aqueles artistas estudavam, mandei mensagem pra todos esses professores pelo facebook pedindo aula. A Andréia Vitfer me respondeu, e por muito tempo eu estudei Teatro Musical escondido, não por que alguém iria me julgar, mas por que eu não queria gerar expectativa em ninguém. 

Muito tempo depois, eu estava na Casa de Artes Operária, e a Andréia me disse: "Você já pensou em fazer musical?" Eu engoli seco, e fiz algum grunhido com a boca, ela seguiu: "Vai ter uma audição de um musical que chama A Madrinha Embriagada, eu gostaria que você fizesse, não estou dizendo que você vai passar, mas é só pra você ter uma experiência de audição", eu concordei. 

Fui com roupa de administrador, cantei e saí correndo pro trabalho. Passei no teste de canto e avisei a Andreia, que sabiamente me manteve com os pés no chão: "Que boa notícia querido, mas amanhã é dança né?". Nós sabíamos que eu era um pelicano dançando. A audição de dança foi o pior momento da minha vida, eu estava dormente mentalmente, e só pensava: "Ninguém me conhece e ninguém nunca mais vai me ver, então vou fazer cara de que sou O bailarino". Não adiantou, não posso dizer que dancei, escolha uma coreografia do Cats e peça pra algum tio barrigudo imitar em uma velocidade rápida, basicamente isso foi meu teste. 

Os bailarinos que estavam na audição me ajudaram muito, por que sabiam que eu não apresentava nenhum risco. Quando saí, eles me falaram que tinham sido reprovados, eu imaginei que também tinha sido. Mas foi a aí que o Baccic me disse que eu tinha sido aprovado, eu reclamei com ele: "Deve ter alguma coisa errada, aqueles meninos dançam e eu não muito" rs Ele respondeu "Pode ser que estejam pensando em você pra um personagem que não precisa dançar". Eu concordei. Fiz nove testes ao todo, e eu passei. 

Não esperava, mas sonhava. Larguei tudo, emprego etc. Depois da nossa estreia Vip, o Saulo Vasconcellos me disse: "Parabéns menino, primeiro musical e aplaudido em cena aberta", eu sorri e perguntei escondido pro Will Anderson: "O que é cena aberta?". Aquele dia senti que eu estava onde meu coração vibrava. E a partir de então investi todo meu dinheiro e tempo em aulas, pra continuar fazendo musicais. 


EC: Como foi já iniciar sua carreira trabalhando com nomes de peso do teatro musical, como Saulo Vasconcelos, Kiara Sasso, Sara Sarres...? Foi estranho em algum momento se ver ali também?

JS: Foi normal na época, pois eu não sabia quem eram eles. Hoje sei que isso foi um plano de Deus, por que se eu tivesse a consciência de quem eles são e o que representam, eu teria feito tudo diferente e com muito medo. Pra mim eles eram pessoas normais, que provavelmente tinham a mesma vida que eu, rs. Eu era um alienígena, e todo mundo sabia disso, nos primeiros meses da temporada eu saquei tudo. E quando finalmente caiu minha ficha eu tremi! Eu olhei cada segundo daquele ano com atenção, aprendendo, respeitando e aplaudindo, não só eles e suas trajetórias. Mas os meus amigos do ensemble, diretores, produtores. Sou extremamente grato ao Baccic, por que o projeto do Sesi foi um sonho dele, e o sonho dele fez o meu sonho acontecer.  


EC: Você se inspirou em alguém real pra fazer o zelador do A Madrinha Embriagada? Ou é apenas um estereótipo de um morador da Mooca?

JS: Ande por vinte minutos na Mooca e você estará treinado pra fazer o zelador rs. Na época meu sotaque era muito mais carregado, não falava um plural, o Frederico Reuter me sacaneava muito e foi ele quem deu a ideia do personagem ser da Mooca. Até então meu zelador tinha um sotaque mineiro, foi aí que o Miguel Falabella, ainda nas leituras, criou a piada em que a Jane Valadão imitava um sotaque do interior ao falar: "Santa Barbara do Oeste". 
Miguel pediu pra eu mudar o sotaque, perguntou onde eu morava, eu disse que na Mooca, papo vai e papo vem, resolvemos mudar o sotaque ali na leitura. Foi horrível, eu misturei o sotaque mineiro, a mooca e o chewbacca. As pessoas me olhavam constrangidas, pra mim era o fim da minha carreira que acabara de começar, mas no outro dia voltei afiado com o sotaque da mooca, e funcionou. 
Na montagem das cenas, eu me divertia sem pudor e criava coisas que não estavam no texto, como o fantasma da Oprah etc. Lembro do Saulo sorrir e dizer: "Menino você é ousado, cria Cacos na frente do diretor", mais uma vez eu sorri e perguntei pro Will: "O que são cacos?".
Lembro de todos serem muito generosos comigo, o Zelador veio como todos os outros personagens que eu crio, brincando.


EC: Qual processo de audições dos quais você participou foi mais longo/exaustivo? 

JS: Acho que Wicked! Eu não sou mais aquele menino desencanado (Droga!). Agora eu sofro nos testes, fiz 8 testes pro Wicked e sofri bastante de ansiedade. 


EC: Se trabalhar no ramo artístico não desse certo pra você, qual seria seu plano B?

JS: Fã de musical! Brincadeira. Acho que não teria seguido a carreira de Administrador e Marketing, não me vejo em um escritório por muito tempo num dia. Provavelmente eu lutaria pra ter um restaurante temático, e depois de um tempo construiria muitas casas pra alugar rs.


EC: Desde seu primeiro trabalho, o contato com fãs sempre foi muito grande. Em algum momento isso te assustou de alguma forma? Qual a importância desses fã clubes para o espetáculo, e para os artistas?

JS: Nunca tive nenhum tipo de problema com fã, ao contrário, sempre foram muito carinhosos comigo, mesmo quando trocam meu nome, ou perguntam “Oi você é o que no musical?” Uma vez eu respondi: “A menina verde!”
A carreira de ator não é fácil, na verdade é muito difícil. Fã é um afago no meio do furacão que é o showbusiness, e, para o espetáculo, funciona mais do que qualquer agencia de marketing, afinal quem não confia num bom “boca a boca”.


EC: Além de cantar, você também toca alguns instrumentos musicais, mesmo que arranhando. Quais são eles? E qual o seu preferido?

JS: Estudei na Escola Municipal de Música de São Paulo flauta transversal, depois estudei regência e regi por um bom tempo corais e orquestras não profissionais. Arrisco 2% de piano, sax, violão e, acredite, gaita de fole! Meu preferido de todos ainda é a voz.


EC: Quando criança, você participou do Projeto Guri, que levava o ensino de música à população. Mais tarde, você também coordenou um projeto com as mesmas características. Pra você, qual a importância de projetos como esses? 

JS: Meu TCC foi sobre isso. Eu digo por experiência de causa que a música transforma vidas, apesar de parecer slogan de igreja, é real. Mesmo que não seja a sua profissão, a música desenvolve o raciocínio, a disciplina pessoal, a educação, e é comprovado que a troca de informações entre os dois lados do cérebro aumenta, pesquisem sobre o “efeito Mozart”. Pra mim o formato “estudar música” mostra que o esforço gera resultado, logo que começa a tocar e as bocas se abrem de admiração ou repulsa se você for desafinado rs. Olhe no fundo do olho de quem é musical, é diferente!


EC: Em 2010, você foi premiado pela International Youth Foudation como jovem empreendedor Brasil. Conte mais sobre isso.

JS: Eu comecei a dar aula de música com uns 16 anos, de graça mesmo. Montei com uma amiga a Academia de Música de São Paulo, tinham aulas semanais de todos os instrumentos de orquestra, além de teoria musical e canto. A gente não sabia que era grande coisa, por que simplesmente fizemos com muito entusiasmo. Mas hoje olhando pra trás eu vejo que era um projeto lindo e muito, muito grande.
Com 21 anos eu recebi esse prêmio de Jovem Empreendedor do ano, eu acho engraçado esse título rs, com o dinheiro eu comprei dez violinos para o projeto. A Academia de Música não existe mais nos mesmos moldes. Quando eu entrei pros musicais, não tinha mais tempo de tocar tantas coisas, e o patrocínio do governo tinha acabado, então doamos todos os instrumentos e materiais pra uma igreja na região que tinha um projeto muito parecido, esses instrumentos são usados até hoje ensinando pessoas a tocar.
Acho que foi a melhor “árvore” que eu plantei na minha vida, por que de lá saíram seres humanos incríveis. Às vezes encontro um ou outro, e percebo que eles são diferentes, são lideres em suas profissões, tem um olhar mais critico e apurado sobre o mundo.


EC: Como nasceu a idealização do projeto O Dia dos Musicais, em parceria com A Loja dos Musicais?

JS: Uma vez eu estava correndo na rua e pensando no mercado de teatro musical no Brasil. É um mercado adolescente ainda, quando se pensa em sua sustentabilidade. Não temos a estrutura que os americanos e os ingleses têm, mas também não somos iniciantes. Tudo que fazemos em geral é bem feito.
Queria algo que ajudasse os atores a ter mais opções de estudos, inclusive eu, alguma coisa que aumentasse a quantidade de alunos nas escolas de teatro musical, e que engordasse nosso mercado com mais profissionais, professores, escolas, produções, enfim, o que fizesse o motor acelerar.
Óbvio que eu não sou louco de achar que essa responsabilidade estaria só nas minhas mãos, mas pensei em alguma coisa pra ajudar. Uma coisa que unisse todo mundo, sem rivalidades ou competição, foi no meio da corrida que veio todo o projeto na minha cabeça.
Sou muito amigo do Lurryan que é o dono da Loja dos Musicais, eu acho ele o cara mais criativo que eu conheço, é capaz de montar a Pietá de Michelangelo com um guardanapo do Mc Donalds. Contei sobre a idea, e o convidei pra fazer isso acontecer junto comigo. Eu não queria que fosse uma produção do Jessé Scarpellini, me soava meio egóico, eu como aluno confiaria mais em um projeto de uma empresa de credibilidade como A Loja dos Musicais.
Foi muito rápido, o Lurryan veio com tudo que faltava, bom gosto, criatividade, agilidade etc. Nossa engrenagem começou a funcionar, os parceiros foram chegando, e acho que a primeira edição deu tão certo, por que foi feito com paixão, cuidado e vontade de se divertir.  


EC: Pra você, quais as principais diferenças em participar de um musical no formato de franquia, como Wicked, e uma montagem mais nacional, como O Homem De La Mancha? Qual delas agrada mais seu gosto?

JS: Os gringos entendem o que funciona, montam o show como quem monta um lego, cada peça no lugar certo. Eu gosto do profissionalismo deles.
As franquias em geral deixam uma margem pequena pra se criar, e como ator isso pode ser um pouco frustrante se você não souber administrar. Os Les Miserables foi bem diferente, eles deixaram a gente totalmente livre, e respeitaram nossa cultura, nossa forma de pensar e se expressar, chegando muito próximo ao que acontece em uma montagem nacional, onde o ator tem um papel de criação extremamente relevante.
Cada montagem é uma montagem, eu dei muita sorte, gostei muito das montagens que participei, tanto as nacionais, como as gringas.
  


EC: Sonha em fazer algum papel e/ou musical em específico? 

JS: Quero muito fazer o The Book Of Mormon um dia! Adoraria fazer o Corcunda, o Lefou da Bela e a Fera, o Zazu do rei Leão. Eu adoraria fazer musicais brasileiros, com histórias nossas também, ainda não fiz nenhum.


EC: Enquanto Cover, qual foi o personagem mais desafiador que você encarou, e por quê? Qual você mais se divertiu em fazer?

JS: O Sancho Pança foi o mais difícil pra mim, eu não tinha nada em comum com ele, exceto a altura rs. Eu procurei construir uma voz diferente e mais envelhecida, trejeitos, olhar etc. Hoje eu faria muito diferente do que fiz na época, às vezes isso me irrita um pouco e não consigo nem ver os vídeos hehe. Mas para o repertório que eu tinha na época acho que funcionou. Me divertia muito fazendo o Aldolpho de A Madrinha Embriagada, era um personagem hilário.

Sancho Pança
Foto: Carin Lima

  
EC: Além do teatro musical, você também já se aventurou pelo YouTube. Faz parte dos seus planos trabalhar com outros meios de comunicação, como TV, cinema, e teatro "não-musical"? 

JS: Eu gosto muito de cinema, não só como espectador. Já estudei algumas coisas focadas em cinema, acho o mercado brasileiro interessantíssimo, e cada vez mais profissional. Adoraria fazer longas e séries, quem não gostaria?

O lance do youtube foi uma brincadeira séria entre amigos, a ideia era experimentar e se divertir sem muita expectativa, sempre me falam pra criar um canal, mas acho que sou um pouco ogro pra falar “Olá seguidores”, não sei.

Tenho alguns projetos de peças sem ser musical, está no meu radar e no meu coração. Quero muito fazer personagens que me afastem do humor, já fiz em alguns cursos e fiquei muito empolgado com isso.


EC: Você e o ator Douglas Tholedo são cara de um, cover (da vida real) do outro. Qual a história mais engraçada de já terem confundido vocês dois?

JS: Já pediram pra tirar foto comigo achando que eu era o Douglas, mas eu estava tão cansado pra argumentar que acabei tirando. Agora as pessoas fazem de sacanagem e brincadeira, mas no começo nos marcavam em fotos erradas. Fui conhecer o Douglas esse ano só, e a sorte é que ele é muito legal, e nosso humor é parecido em um lugar, então estamos muito amigos.
Eu chamo ele de Îrmo, e nos tratamos como irmãos, inclusive em uma das barricadas, bati com a arma no supercílio dele e o deixei com uma cicatriz pro resto da vida, como todo bom irmão faz. Meu plano é que ele pague o Negrini pra renovar o book dele, e com isso, pretendo usar essas fotos como meu portfólio.

Douglas e Jessé em "Les Misérables"
Foto: T4F

  

EC: Qual a sensação de participar, por três anos consecutivos, do Melhor Musical de acordo com o voto popular?

JS: Quando recebemos o prêmio pelo Wicked eu comentei com os produtores do La Mancha e Madrinha: “Viram como sou pé quente? Onde eu estou o prêmio chega!” ahaha. Tomara que a sorte continue me acompanhando, vou colocar isso no meu currículo.


EC: Como o contato com as artes mudou sua vida? 

JS: Não lembro de ter uma vida sem a arte, acho até que ninguém tem uma vida sem arte. Todo mundo ouve música, vê filme, tv, fotos etc. Tudo isso é arte, acho que a diferença é ter um olhar apurado pra entender o que aquilo altera nas suas emoções.


EC: Qual conselho você daria às pessoas que, assim como você, descobriram "tarde" o teatro musical? É possível entrar no meio mesmo não estudando sobre o assunto desde a infância/adolescência? 

JS: Claro que é, cada um tem uma história, uma trajetória. Não tem regras, acho importante ser sincero e natural o tempo todo. As pessoas se interessam pela verdade, um olhar vivo, ou ver no palco um personagem que pareça seu vizinho, ou você mesmo.
Eu não tive contato com teatro musical desde criança, mas sempre tive contato com música e teatro, separadamente. Não basta gostar, tem que estudar, e muito. É tipo, 10% dom, o resto é correr atrás. Tenho conhecidos que entraram pros musicais depois dos quarenta e tantos anos, ou mais. Então vai estudar fio.



EC: Se pudesse definir sua vida nesse momento em um animal, qual seria? Por quê?

JS: Uma lagarta gorda que não cabe no casulo hahaha Sacanagem! Acho que uma girafa, Deus me deu um pescoço gigante e consegui ver e observar muita coisa nesses anos. Tenho opções de horizontes pela frente. Acho que quietinha ela analisa e imagina qual caminho seguir sem muito alarde, mas com muito bom humor, afinal é amarela com manchas marrons.



Jessé também deixou um recado para os leitores do Estante Da Cultura: "Parabéns por serem seres evoluídos que se interessam pela cultura, e consomem o melhor produto do planeta! Ninguém nunca vai roubar o conhecimento e as sensações que o teatro e a cultura tatuam na gente. Obrigado pelas perguntas, e sabe Deus por que se interessarem pelas minhas respostas. Gente que se interessa por teatro não é normal, e isso torna essas pessoas muito mais interessantes. Um beijo!" 

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