Entrevistamos o ator Jessé Scarpellini, atualmente em
cartaz no Teatro Renault como Lesgles no musical Les Misérables. Jessé nos
contou um pouco de tudo nessa entrevista, confira!
Instagram: @jscarpellini Foto: Rodrigo Negrini |
A maioria das questões utilizadas nessa entrevista
foram idealizadas por Carin Lima
EC: Quando foi que você descobriu que queria ser ator, e
trabalhar com musicais? Por que o teatro musical?
JS: Lembro que quando eu era criança,
imaginava que pra aparecer na TV tinha que ser muito rico e pagar pra estar lá.
Quando eu descobri que os atores ganhavam pra fazer o que eles fazem eu pensei:
Por que???? Por que todo mundo não quer ser ator? Hahaha. Sempre quis atuar, e
cresci em uma família extremamente musical, somos em quatro irmãos homens.
Lembro que meu pai não tinha grana pra pagar aula de inglês, informática etc.
pra todos, e então ele escolheu colocar todo mundo pra estudar música, por que
segundo ele, isso nos abriria a cabeça e nos faria independentes. E hoje eu sei
que ele estava certíssimo, canto em coral desde que me conheço por gente,
corais infantis de igreja etc.
Eu tinha 24 anos, trabalhava de
terno e gravata e sentia que estava atuando em todos os meus empregos. Eu
atuava que dominava todos os assuntos, eu falava com propriedade de coisas que
não tinha a menor ideia, já trabalhei até em um hospital indígena em Manaus,
acreditem, e até era promovido. Li um livro que mudou minha vida, e esse livro
dizia sobre a arte de atuar.
Aos poucos eu fui me sentindo doente
por dentro, como se aquela vida não fosse a minha. Eu sempre sonhei em viver da
arte, mas eu sempre quis ser rico, rs, sim é um dos meus sonhos. Pra conseguir
suprir essa falta de arte na minha vida, eu montei em uma ONG, uma escola de
música gratuita pra quem quisesse aprender música. Consegui patrocínio do
governo e durante três anos, 150 pessoas de todas as idades tinham aulas de
todos os instrumentos de orquestra, canto etc. Era tipo um O Dia dos Musicais,
só que toda semana. Por conta disso, eu tinha que coordenar vinte professores
de música, e pra não ficar atrás eu continuei estudando música. Em resumo,
o teatro musical que me puxou, eu nem conhecia ele direito rs.
EC: Você esperava entrar tão rapidamente no meio, passando
em sua primeira audição, e desde então, emendar um espetáculo atrás do outro?
JS: O primeiro musical que eu assisti,
pasmem, foi A Família Adams, sentei na última cadeira do balcão, quando os
ônibus desciam a brigadeiro, minhas costas tremiam. Eu assisti, e me lembro de
olhar alguns papeis e pensar: "Hey eu faria isso bem!". Nos dias
seguintes eu peguei o programa da peça, e pesquisei com quem aqueles artistas
estudavam, mandei mensagem pra todos esses professores pelo facebook pedindo
aula. A Andréia Vitfer me respondeu, e por muito tempo eu estudei Teatro
Musical escondido, não por que alguém iria me julgar, mas por que eu não queria
gerar expectativa em ninguém.
Muito tempo depois, eu estava na
Casa de Artes Operária, e a Andréia me disse: "Você já pensou em fazer
musical?" Eu engoli seco, e fiz algum grunhido com a boca, ela seguiu:
"Vai ter uma audição de um musical que chama A Madrinha Embriagada, eu
gostaria que você fizesse, não estou dizendo que você vai passar, mas é só pra
você ter uma experiência de audição", eu concordei.
Fui com roupa de administrador,
cantei e saí correndo pro trabalho. Passei no teste de canto e avisei a
Andreia, que sabiamente me manteve com os pés no chão: "Que boa notícia
querido, mas amanhã é dança né?". Nós sabíamos que eu era um pelicano
dançando. A audição de dança foi o pior momento da minha vida, eu estava
dormente mentalmente, e só pensava: "Ninguém me conhece e ninguém nunca
mais vai me ver, então vou fazer cara de que sou O bailarino". Não
adiantou, não posso dizer que dancei, escolha uma coreografia do Cats e peça
pra algum tio barrigudo imitar em uma velocidade rápida, basicamente isso foi
meu teste.
Os bailarinos que estavam na audição
me ajudaram muito, por que sabiam que eu não apresentava nenhum risco. Quando
saí, eles me falaram que tinham sido reprovados, eu imaginei que também tinha
sido. Mas foi a aí que o Baccic me disse que eu tinha sido aprovado, eu
reclamei com ele: "Deve ter alguma coisa errada, aqueles meninos dançam e
eu não muito" rs Ele respondeu "Pode ser que estejam pensando em você
pra um personagem que não precisa dançar". Eu concordei. Fiz nove testes
ao todo, e eu passei.
Não esperava, mas sonhava. Larguei
tudo, emprego etc. Depois da nossa estreia Vip, o Saulo Vasconcellos me disse:
"Parabéns menino, primeiro musical e aplaudido em cena aberta", eu
sorri e perguntei escondido pro Will Anderson: "O que é cena
aberta?". Aquele dia senti que eu estava onde meu coração vibrava. E a
partir de então investi todo meu dinheiro e tempo em aulas, pra continuar
fazendo musicais.
EC: Como foi já iniciar sua carreira trabalhando com nomes
de peso do teatro musical, como Saulo Vasconcelos, Kiara Sasso, Sara Sarres...?
Foi estranho em algum momento se ver ali também?
JS: Foi normal na época, pois eu não
sabia quem eram eles. Hoje sei que isso foi um plano de Deus, por que se eu
tivesse a consciência de quem eles são e o que representam, eu teria feito
tudo diferente e com muito medo. Pra mim eles eram pessoas normais, que
provavelmente tinham a mesma vida que eu, rs. Eu era um alienígena, e todo
mundo sabia disso, nos primeiros meses da temporada eu saquei tudo. E quando
finalmente caiu minha ficha eu tremi! Eu olhei cada segundo daquele ano com
atenção, aprendendo, respeitando e aplaudindo, não só eles e suas trajetórias.
Mas os meus amigos do ensemble, diretores, produtores. Sou extremamente grato
ao Baccic, por que o projeto do Sesi foi um sonho dele, e o sonho dele fez o
meu sonho acontecer.
EC: Você se inspirou em alguém real pra fazer o zelador do
A Madrinha Embriagada? Ou é apenas um estereótipo de um morador da Mooca?
JS: Ande por vinte minutos na Mooca e
você estará treinado pra fazer o zelador rs. Na época meu sotaque era muito
mais carregado, não falava um plural, o Frederico Reuter me sacaneava muito e
foi ele quem deu a ideia do personagem ser da Mooca. Até então meu zelador
tinha um sotaque mineiro, foi aí que o Miguel Falabella, ainda nas leituras,
criou a piada em que a Jane Valadão imitava um sotaque do interior ao falar:
"Santa Barbara do Oeste".
Miguel pediu pra eu mudar o sotaque,
perguntou onde eu morava, eu disse que na Mooca, papo vai e papo vem,
resolvemos mudar o sotaque ali na leitura. Foi horrível, eu misturei o sotaque
mineiro, a mooca e o chewbacca. As pessoas me olhavam constrangidas, pra
mim era o fim da minha carreira que acabara de começar, mas no outro dia voltei
afiado com o sotaque da mooca, e funcionou.
Na montagem das cenas, eu me
divertia sem pudor e criava coisas que não estavam no texto, como o fantasma da
Oprah etc. Lembro do Saulo sorrir e dizer: "Menino você é ousado, cria
Cacos na frente do diretor", mais uma vez eu sorri e perguntei pro Will:
"O que são cacos?".
Lembro de todos serem muito
generosos comigo, o Zelador veio como todos os outros personagens que eu crio,
brincando.
EC: Qual processo de audições dos quais você participou
foi mais longo/exaustivo?
JS: Acho que Wicked! Eu não sou mais
aquele menino desencanado (Droga!). Agora eu sofro nos testes, fiz 8 testes pro
Wicked e sofri bastante de ansiedade.
EC: Se trabalhar no ramo artístico não desse certo pra
você, qual seria seu plano B?
JS: Fã de musical! Brincadeira. Acho que
não teria seguido a carreira de Administrador e Marketing, não me vejo em um
escritório por muito tempo num dia. Provavelmente eu lutaria pra ter um
restaurante temático, e depois de um tempo construiria muitas casas pra alugar
rs.
EC: Desde seu primeiro trabalho, o contato com fãs sempre
foi muito grande. Em algum momento isso te assustou de alguma forma? Qual a
importância desses fã clubes para o espetáculo, e para os artistas?
JS: Nunca tive nenhum tipo de problema
com fã, ao contrário, sempre foram muito carinhosos comigo, mesmo quando trocam
meu nome, ou perguntam “Oi você é o que no musical?” Uma vez eu respondi: “A
menina verde!”
A carreira de ator não é fácil, na
verdade é muito difícil. Fã é um afago no meio do furacão que é o showbusiness,
e, para o espetáculo, funciona mais do que qualquer agencia de marketing,
afinal quem não confia num bom “boca a boca”.
EC: Além de cantar, você também toca alguns instrumentos
musicais, mesmo que arranhando. Quais são eles? E qual o seu preferido?
JS: Estudei na Escola Municipal de
Música de São Paulo flauta transversal, depois estudei regência e regi por um
bom tempo corais e orquestras não profissionais. Arrisco 2% de piano, sax,
violão e, acredite, gaita de fole! Meu preferido de todos ainda é a voz.
EC: Quando criança, você participou do Projeto Guri, que
levava o ensino de música à população. Mais tarde, você também coordenou um
projeto com as mesmas características. Pra você, qual a importância de projetos
como esses?
JS: Meu TCC foi sobre isso. Eu digo por
experiência de causa que a música transforma vidas, apesar de parecer slogan de
igreja, é real. Mesmo que não seja a sua profissão, a música desenvolve o
raciocínio, a disciplina pessoal, a educação, e é comprovado que a troca de
informações entre os dois lados do cérebro aumenta, pesquisem sobre o “efeito
Mozart”. Pra mim o formato “estudar música” mostra que o esforço gera
resultado, logo que começa a tocar e as bocas se abrem de admiração ou repulsa
se você for desafinado rs. Olhe no fundo do olho de quem é musical, é
diferente!
EC: Em 2010, você foi premiado pela International Youth
Foudation como jovem empreendedor Brasil. Conte mais sobre isso.
JS: Eu comecei a dar aula de música com
uns 16 anos, de graça mesmo. Montei com uma amiga a Academia de Música de São
Paulo, tinham aulas semanais de todos os instrumentos de orquestra, além de
teoria musical e canto. A gente não sabia que era grande coisa, por que
simplesmente fizemos com muito entusiasmo. Mas hoje olhando pra trás eu vejo
que era um projeto lindo e muito, muito grande.
Com 21 anos eu recebi esse prêmio de
Jovem Empreendedor do ano, eu acho engraçado esse título rs, com o dinheiro eu
comprei dez violinos para o projeto. A Academia de Música não existe mais nos
mesmos moldes. Quando eu entrei pros musicais, não tinha mais tempo de tocar
tantas coisas, e o patrocínio do governo tinha acabado, então doamos todos os
instrumentos e materiais pra uma igreja na região que tinha um projeto muito
parecido, esses instrumentos são usados até hoje ensinando pessoas a tocar.
Acho que foi a melhor “árvore” que
eu plantei na minha vida, por que de lá saíram seres humanos incríveis. Às
vezes encontro um ou outro, e percebo que eles são diferentes, são lideres em
suas profissões, tem um olhar mais critico e apurado sobre o mundo.
EC: Como nasceu a idealização do projeto O Dia dos
Musicais, em parceria com A Loja dos Musicais?
JS: Uma vez eu estava correndo na rua e
pensando no mercado de teatro musical no Brasil. É um mercado adolescente
ainda, quando se pensa em sua sustentabilidade. Não temos a estrutura que os
americanos e os ingleses têm, mas também não somos iniciantes. Tudo que fazemos
em geral é bem feito.
Queria algo que ajudasse os atores a
ter mais opções de estudos, inclusive eu, alguma coisa que aumentasse a
quantidade de alunos nas escolas de teatro musical, e que engordasse nosso
mercado com mais profissionais, professores, escolas, produções, enfim, o que
fizesse o motor acelerar.
Óbvio que eu não sou louco de achar
que essa responsabilidade estaria só nas minhas mãos, mas pensei em alguma
coisa pra ajudar. Uma coisa que unisse todo mundo, sem rivalidades ou
competição, foi no meio da corrida que veio todo o projeto na minha cabeça.
Sou muito amigo do Lurryan que é o
dono da Loja dos Musicais, eu acho ele o cara mais criativo que eu conheço, é
capaz de montar a Pietá de Michelangelo com um guardanapo do Mc Donalds. Contei
sobre a idea, e o convidei pra fazer isso acontecer junto comigo. Eu não queria
que fosse uma produção do Jessé Scarpellini, me soava meio egóico, eu como
aluno confiaria mais em um projeto de uma empresa de credibilidade como A Loja
dos Musicais.
Foi muito rápido, o Lurryan veio com
tudo que faltava, bom gosto, criatividade, agilidade etc. Nossa engrenagem
começou a funcionar, os parceiros foram chegando, e acho que a primeira edição
deu tão certo, por que foi feito com paixão, cuidado e vontade de se divertir.
EC: Pra você, quais as principais diferenças em participar
de um musical no formato de franquia, como Wicked, e uma montagem mais
nacional, como O Homem De La Mancha? Qual delas agrada mais seu gosto?
JS: Os gringos entendem o que funciona,
montam o show como quem monta um lego, cada peça no lugar certo. Eu gosto do
profissionalismo deles.
As franquias em geral deixam uma
margem pequena pra se criar, e como ator isso pode ser um pouco frustrante se
você não souber administrar. Os Les Miserables foi bem diferente, eles deixaram
a gente totalmente livre, e respeitaram nossa cultura, nossa forma de pensar e
se expressar, chegando muito próximo ao que acontece em uma montagem nacional,
onde o ator tem um papel de criação extremamente relevante.
Cada montagem é uma montagem, eu dei
muita sorte, gostei muito das montagens que participei, tanto as nacionais,
como as gringas.
EC: Sonha em fazer algum papel e/ou musical em
específico?
JS: Quero muito fazer o The Book Of
Mormon um dia! Adoraria fazer o Corcunda, o Lefou da Bela e a Fera, o Zazu do
rei Leão. Eu adoraria fazer musicais brasileiros, com histórias nossas também,
ainda não fiz nenhum.
EC: Enquanto Cover, qual foi o personagem mais desafiador
que você encarou, e por quê? Qual você mais se divertiu em fazer?
JS: O Sancho Pança foi o mais difícil
pra mim, eu não tinha nada em comum com ele, exceto a altura rs. Eu procurei
construir uma voz diferente e mais envelhecida, trejeitos, olhar etc. Hoje eu
faria muito diferente do que fiz na época, às vezes isso me irrita um pouco e
não consigo nem ver os vídeos hehe. Mas para o repertório que eu tinha na época
acho que funcionou. Me divertia muito fazendo o Aldolpho de A Madrinha
Embriagada, era um personagem hilário.
Sancho Pança Foto: Carin Lima |
EC: Além do teatro musical, você também já se aventurou
pelo YouTube. Faz parte dos seus planos trabalhar com outros meios de
comunicação, como TV, cinema, e teatro "não-musical"?
JS: Eu gosto muito de cinema, não só
como espectador. Já estudei algumas coisas focadas em cinema, acho o mercado
brasileiro interessantíssimo, e cada vez mais profissional. Adoraria fazer
longas e séries, quem não gostaria?
O lance do youtube foi uma
brincadeira séria entre amigos, a ideia era experimentar e se divertir sem
muita expectativa, sempre me falam pra criar um canal, mas acho que sou um
pouco ogro pra falar “Olá seguidores”, não sei.
Tenho alguns projetos de peças sem
ser musical, está no meu radar e no meu coração. Quero muito fazer personagens
que me afastem do humor, já fiz em alguns cursos e fiquei muito empolgado com
isso.
EC: Você e o ator Douglas Tholedo são cara de um, cover (da vida real) do outro. Qual a história mais engraçada de já terem confundido vocês dois?
JS: Já pediram pra tirar foto comigo achando que eu era o Douglas, mas eu estava tão cansado pra argumentar que acabei tirando. Agora as pessoas fazem de sacanagem e brincadeira, mas no começo nos marcavam em fotos erradas. Fui conhecer o Douglas esse ano só, e a sorte é que ele é muito legal, e nosso humor é parecido em um lugar, então estamos muito amigos.
Eu chamo ele de Îrmo, e nos tratamos como irmãos, inclusive em uma das barricadas, bati com a arma no supercílio dele e o deixei com uma cicatriz pro resto da vida, como todo bom irmão faz. Meu plano é que ele pague o Negrini pra renovar o book dele, e com isso, pretendo usar essas fotos como meu portfólio.
Douglas e Jessé em "Les Misérables" Foto: T4F |
EC: Qual a sensação de participar, por três anos
consecutivos, do Melhor Musical de acordo com o voto popular?
JS: Quando recebemos o prêmio pelo
Wicked eu comentei com os produtores do La Mancha e Madrinha: “Viram como sou
pé quente? Onde eu estou o prêmio chega!” ahaha. Tomara que a sorte continue me
acompanhando, vou colocar isso no meu currículo.
EC: Como o contato com as artes mudou sua vida?
JS: Não lembro de ter uma vida sem a
arte, acho até que ninguém tem uma vida sem arte. Todo mundo ouve música, vê
filme, tv, fotos etc. Tudo isso é arte, acho que a diferença é ter um olhar
apurado pra entender o que aquilo altera nas suas emoções.
EC: Qual conselho você daria às pessoas que, assim como
você, descobriram "tarde" o teatro musical? É possível entrar no meio
mesmo não estudando sobre o assunto desde a infância/adolescência?
JS: Claro que é, cada um tem uma
história, uma trajetória. Não tem regras, acho importante ser sincero e natural
o tempo todo. As pessoas se interessam pela verdade, um olhar vivo, ou ver no
palco um personagem que pareça seu vizinho, ou você mesmo.
Eu não tive contato com teatro
musical desde criança, mas sempre tive contato com música e teatro,
separadamente. Não basta gostar, tem que estudar, e muito. É tipo, 10% dom, o
resto é correr atrás. Tenho conhecidos que entraram pros musicais depois dos quarenta
e tantos anos, ou mais. Então vai estudar fio.
EC: Se pudesse definir sua vida nesse momento em um
animal, qual seria? Por quê?
JS: Uma lagarta gorda que não cabe no
casulo hahaha Sacanagem! Acho que uma girafa, Deus me deu um pescoço gigante e
consegui ver e observar muita coisa nesses anos. Tenho opções de horizontes
pela frente. Acho que quietinha ela analisa e imagina qual caminho seguir sem
muito alarde, mas com muito bom humor, afinal é amarela com manchas marrons.
Jessé também deixou um recado para os leitores do Estante Da Cultura: "Parabéns por serem seres evoluídos
que se interessam pela cultura, e consomem o melhor produto do planeta! Ninguém
nunca vai roubar o conhecimento e as sensações que o teatro e a cultura tatuam
na gente. Obrigado pelas perguntas, e sabe Deus por que se interessarem pelas
minhas respostas. Gente que se interessa por teatro não é normal, e isso torna
essas pessoas muito mais interessantes. Um beijo!"